Fotos retiradas do Facebook |
No texto de hoje trago para
vocês uma entrevista muito especial com o André Scofield,
intercambista do blog André &
Stefane in Dublin.
Recebi o retorno da entrevista pouco antes de vir para cá, mas quis publicar em uma data especial. E nada melhor do
que publicá-la hoje ao completar dois meses de Irlanda. =)
O blog do André (e da Stéfane)
é bem famoso no “circuito” dos intercambistas e para quem se interessa pelo
assunto. Ele e a namorada contam - há mais de dois anos - suas experiências na
Ilha esmeralda.
Bruna: Por que escolheram fazer o intercâmbio na
Irlanda? E por que Dublin?
André: A princípio confesso que a ideia era fazer
intercâmbio em outros países, como Inglaterra e Estudos Unidos, mas depois de
analisar bem os valores percebemos que a nossa única chance seria mesmo a
Irlanda. O fator preço final pesou e a possibilidade de trabalhar legalmente durante
todo o período nos deu mais tranquilidade e tornou o sonho possível já que
temos que trabalhar para viver aqui.
A Irlanda inteira é muito bonita mais morar na capital sempre é uma boa
escolha. Claro, existem centenas de possibilidades em outras cidades, mas
resolvemos arriscar por aqui e tudo esta dando muito certo.
Bruna: A ideia de
viajar como casal foi a primeira desde o início?
André: Podemos dizer que foi ideia dos dois. A Stéfane
sempre teve vontade de ter uma experiência em outro país e eu também. Foi apenas
esperar a hora certa para embarcarmos nessa incrível experiência. Acredito que
tomamos a decisão no momento certo, em que os dois tinham disponibilidade para
realizar o intercâmbio juntos.
Desde o inicio tínhamos o projeto de ficar mais de um ano, então seria
complicado embarcamos em tempos diferentes. Sendo assim, resolvemos todas as
nossas pendências e viemos juntos. A experiência de viver o intercambio a dois
está sendo muito boa. O crescimento e o amadurecimento estão sendo muito grandes
e com certeza vamos colher muitos frutos no nosso retorno ao Brasil.
Bruna: O que os motivou a deixar o Brasil em busca dessa experiência?
André: Acredito que todo ser humano tem dentro de si uma
vontade muito grande de conhecer outros países, culturas e línguas. A grande dificuldade
é sair da zona de conforto, na qual temos uma segurança, por mínima seja, e
embarcar para uma vida em que você tem que começar tudo do zero.
Claro, tudo isso é uma loucura, mas vale muito a pena! Largar uma vida
para cair de paraquedas em uma cidade onde você não conhece nada e ninguém
é muito complicado e o sufoco é inevitável em algumas situações, mas o retorno
é gigantesco também.
Estávamos em momentos quase iguais em todos os campos da nossa vida e
sentimos que era a hora certa. Você sabe aquele velho ditado “Se não for agora
não vai ser nunca”, foi exatamente assim. Terminamos nossos cursos, resolvemos
alguns problemas de trabalho e embarcamos em março de 2011. Moramos numa
pequena cidade do interior de Minas então não temos muitas oportunidades de
crescimento profissional por lá. É aquela velha história em que você sabe que
precisa sair de casa para conquistar outras coisas. Daí foi juntar a vontade
com a necessidade e estamos fazendo da Irlanda uma ponte para onde
pretendemos seguir para outra cidade depois que voltarmos.
Bruna: O que
sentiram ao realizar as etapas do processo para fechar a viagem?
André: É um misto de adrenalina, medo e sonhos. Você está
prestes a ver coisas que nunca sonhou e viver experiências totalmente novas.
Confesso que sempre fui um desbravador de coisas e nunca tive medo de quase
nada, mas à medida que as coisas iam se resolvendo e a data do embarque chegando
a ansiedade bateu e as últimas semanas foram realmente complicadas. Tem a parte
da família e amigos que temos que deixar também...
Mas nos preparamos bem para isso porque ficamos praticamente um ano
pesquisando e estudando as possibilidades. Então quando realmente chegou a hora
digamos que estávamos já cientes do que iria acontecer.
Bruna: Como foram os primeiros meses na Ilha em
relação ao curso?
André: Viemos para estudar inglês mesmo. Chegamos na Ilha
esmeralda com nível muito básico, mas isso não foi problema. Entramos no nível
básico e seguimos estudando por dois meses, depois tivemos que pegar férias
para poder trabalhar já que viemos com pouco mais de mil euros cada (antiga
legislação).
Ficamos seis meses longe da escola e depois voltamos para terminar nossos
cursos. Trabalhar e estudar às vezes complica muito as coisas, mas cada
um sabe o que tem que fazer para continuar vivendo o sonho e o jeito é se
sacrificar mesmo.
Bruna: Quanto foi mais ou menos o valor do seu
investimento no intercâmbio? (passagens + curso)
André: Nossos gastos foram mais ou menos assim:
Curso - R$ 2585
Seguro GTA – R$ 850
Curso - R$ 2585
Seguro GTA – R$ 850
Passagem – R$ 2300 (BH
> Dublin)
1300 euros – R$ 3094
Passaporte – R$ 150
Total: 8789,00
1300 euros – R$ 3094
Passaporte – R$ 150
Total: 8789,00
Bruna: Vocês já completaram um ano na Irlanda e
pretendem ficar por mais tempo. Por que decidiram renovar o visto?
André: Existe uma frase que define bem a nossa renovação:
“agora que as coisas começaram a melhor porque que eu vou voltar?” Os primeiros
seis meses são muito complicados por causa da língua, do trabalho etc. Depois
as coisas começam a melhorar e somente depois de alguns meses que as coisas
estão legais e você pode dizer que realmente esta aproveitando o intercâmbio.
Viemos com o plano de ficar mais tempo, então já que deu tudo certo
renovamos e partimos para o segundo ano onde temos outras metas para serem
atingidas. No primeiro ano tecnicamente não estudamos muito porque estávamos
focados no trabalho, já que viemos com nosso intercâmbio todo parcelado no
cartão. Então tivemos que pagar as parcelas no Brasil e ainda nos manter por
aqui. Foi um aperto muito grande, mas graças a Deus conseguimos pagar tudo e
renovar o nosso visto, tudo dentro do previsto.
Bruna: Qual o balanço desse primeiro ano de Irlanda?
André: A primeira coisa notável foi o desenvolvimento do
inglês. Nossa, não tem como comparar nossos níveis de quando chegamos aqui. Não
sabíamos falar praticamente nada. Claro, estamos um pouco distantes da fluência,
mas já conseguimos conversar qualquer coisa, resolver qualquer situação.
O amadurecimento enquanto pessoas também foi muito grande porque sempre
moramos com os familiares, logo administrar a própria casa não é uma coisa
muito simples. Mas depois que se paga o jeito é formidável.
O crescimento cultural também foi muito grande. Estar em contato com
pessoas de outras nacionalidades, conhecer outras culturas e poder conhecer a
história da Europa é algo que não tem preço. A gente passa a ter uma nova noção
da vida e porque não da nossa existência. Acredito que todas as pessoas
deveriam ter a experiência de um intercâmbio na vida! Mudamos completamente
para melhor, claro.
Bruna: E qual a expectativa de cada um para os
próximos meses?
André: Iniciamos o segundo ano com o foco no estudo,
nosso principal objetivo de 2012. Conseguimos trabalhos em que podemos
conciliar os horários e estamos correndo atrás de outras coisas também claro.
A vida aqui muda muito e você tem que ir mudando com ela para não ficar
para trás. Não sabemos se vamos ficar para um terceiro ano, mas esses próximos
seis, sete meses serão decisivos, pois iremos avaliar o que estamos tirando de
proveito dessa nova fase.
A gente sempre gosta de dizer que temos planos para os próximos seis
meses apenas. Quando encerramos esse ciclo vamos avaliar o que aconteceu e o
que conquistamos e só depois fazer planos para os próximos seis meses e assim
vamos encerrar o segundo ano na Irlanda. Ao final desse período vamos avaliar
novamente se compensa ficar mais um ano ou vamos retornar para começar uma nova
vida em outra cidade, de novo (rsrsrrsrs).
Bruna: Vocês chegaram a visitar quais lugares da
Europa nesse um ano? E quais são os planos de viagem para 2012?
André: Viajamos muito dentro da Irlanda, pois o aluguel de carros é muito
barato, mas não chegamos a sair da Ilha. Já estava em nossos planos também não
poder viajar por tudo que já dissemos, mas com certeza queremos e vamos
conhecer alguns países em 2012. Hoje a grande dificuldade é conciliar as datas
de folgas, então achamos que não vamos sair tanto por agora, mas sim deixar o
final do intercâmbio para fazer nossas viagens.
Para saber mais sobre a jornada do casal acesse http://andreestefane.com/
Muito legal a entrevista! Fechei meu intercâmbio com o André :)
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